TOXICIDADE DE NANOPARTÍCULAS DE DIÓXIDO DE TITÂNIO FORMULAÇÕES ANTISSOLARES

Autores

  • Jiskia Prates Instituto Federal Farroupilha Campus Santo Ângelo – Santo Ângelo/RS
  • Zípora Morgana Quinteiro dos Santos Instituto Federal Farroupilha Campus Santo Ângelo – Santo Ângelo/RS

Resumo

Nos últimos anos a incidência dos raios ultravioleta aumentou consideravelmente, tornando muito importante o uso dos fotoprotetores para prevenir doenças de pele especialmente o câncer de pele. Esta pesquisa trata-se de uma revisão da literatura, foram realizadas nas bases de dados: Web of Science, PubMed e Periódicos CAPES entre agosto até setembro de 2018. O espectro ultravioleta é classificado em UVA, UVB e UVC. A radiação UVC apresenta menor comprimento de onda e causa efeitos carcinogênicos e mutagênicos. A radiação UVB provoca queimaduras, lesões, bolhas e câncer de pele. A radiação UVA tem comprimento de onda maior, é mais lesiva, penetra profundamente a derme e induz radicais livres. Os antissolares são classificados em físicos ou químicos. Filtros físicos são constituídos por óxidos metálicos como dióxido de titânio (TiO2) e óxido de zinco (ZnO); ambos de origem mineral, insolúveis em água e componentes graxos, com alta capacidade de reflexão da radiação UVA e UVB. Essas partículas possuem baixo potencial alergênico, baixo potencial de sensibilização e baixo potencial de irritação da pele. O tamanho das partículas em formulações antissolares possui influência sobre a eficácia da proteção, aparência e sensorial do cosmético; além do aumento da estabilidade físico-química. Dentre os pontos negativos dos filtros físicos estão a aparência esbranquiçada, que tende a ser esteticamente desagradável e sua característica lipofílica, cuja consequência é a absorção dessas moléculas pelo tecido cutâneo. Tais características são desvantajosas, pois comprometem a adesão do produto pelo consumidor, diminuindo o uso dos antissolares e aumentando os riscos da exposição à radiação UV. Diante desta problemática, o desenvolvimento de nanopartículas de TiO2 e ZnO para liberação controlada, capazes deprolongar a atividade do produto, aprimorar a aparência e viabilizar sensorial agradável, ganharam maior importância. As nanopartículas de TiO2 são mais eficientes em relação à reflexão da luz UV na escala de 60 a 120 nanômetros em comparação as nanopartículas de ZnO. O tamanho das partículas aplicadas em fotoprotetores constitui grande preocupação em relação ao risco que podem apresentar ao organismo, por propiciarem maior superfície de contato e maior reatividade quando comparadas a partículas escalas maiores. Acredita-se que a penetração cutânea de nanopartículas de TiO2 podeocasionar efeitos deletérios à organismos vivos, alterando processos biológicos por meio da transposição de membranas biológicas; da habilidade em ultrapassar ferramentas de defesa imunológica; e da capacidade de interagir com proteínas, formando complexos e provocando a formação de radicais livres. Estudos de penetração de nanopartículas de TiO2 apontam que a forma cristalina anatase possui maior atividade fotocatalítica em comparação com a forma rutilo, apresentando citotoxicidade em células epidérmicas, danos nas proteínas e formação de lipoperóxidos. Além disso, pouca importância é dada em relação à possibilidade de absorção oral e respiratória das nanopartículas de TiO2 contidas nos protetores solares, quando são utilizadas formulações do tipo protetor labial e na forma de aerossol, respectivamente. Porém, as células possuem sistemas de defesa enzimáticos que as protegem e mantem o seu estado redox; além disso, outros estudos relatam que quando depositados na pele íntegra, as nanopartículas de TiO2 não atingem tecidos viáveis, sendo uma preocupação plausível apenas para antissolares aplicados em pele comprometida, ou com a remoção dos pelos epiteliais, ou ainda quando associados a promotores de absorção. De modo geral, uma possível alternativa para reduzir os danos ocasionados pelas nanopartículas de TiO2 em filtros solares, e minimizar as dúvidas relacionadas à capacidade de penetração seria revesti-las com sílica hidratada, hidróxido de alumínio e alumina, entre outros. O revestimento adequado reduz a produção de espécies reativas de oxigênio, e consequentemente atenua a citotoxicidade e genotoxicidade. No entanto, ainda são necessários mais estudos sobre a segurança dessas nanopartículas em filtros físicos.

 

Palavras-chave: Raios ultravioleta. Fotoprotetores. Radicais livres.

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Publicado

2019-05-01

Como Citar

PRATES, J.; SANTOS, Z. M. Q. dos. TOXICIDADE DE NANOPARTÍCULAS DE DIÓXIDO DE TITÂNIO FORMULAÇÕES ANTISSOLARES. Extensão em Foco (ISSN: 2317-9791), [S. l.], v. 6, n. 1, 2019. Disponível em: https://periodicos.uniarp.edu.br/index.php/extensao/article/view/1977. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Resumos do Ciclo de Estudos em Farmácia 2018