VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA ANALÍTICA PARA REALIZAÇÃO DE TESTE PRELIMINAR DE INDENTIFICAÇÃO DE MACONHA (Cannabis sativa spp) PARA FINS FORENSES
Resumo
Testes de cor fazem parte dos mais antigos instrumentos para a identificação presuntiva de drogas e venenos por toxicologistas e criminalistas. Um dos testes químicos mais utilizados para triagem da Cannabis sativa é o de Fast Blue B, entretanto alguns inconvenientes do teste, como extração prévia com solvente orgânico e posterior impregnação em papel filtro, tornam sua realização em campo praticamente inviável. Além disso, o uso de clorofórmio como um dos componentes de extração torna o reagente extremamente volátil, alterando sua composição. Desta forma o objetivo do trabalho foi alterar a metodologia de Fast Blue B e validar sua utilização para fins de identificação preliminar da Cannabis sativa em campo. A metodologia foi modificada para microtubos de polipropileno com o reagente Fast Blue já adicionado, o solvente selecionado foi somente metanol, o qual será adicionado em campo com a droga em investigação. Para validação utilizou-se os parâmetros de linearidade com a construção de uma curva de calibração a partir da solução padrão de Cannabis sativa a 1% (m/v) na solução extratora (metanol), utilizando 1g de uma mistura de sumidades floridas e folhas, seca a temperatura ambiente; para os estudos de especificidade, foram utilizados exemplares secos de 24 espécies vegetais. Para o controle positivo utilizou-se amostras apreendidas pela Policial Civil do Estado de Santa Catarina, encaminhadas à perícia e previamente identificadas utilizando o Procedimento Operacional Padrão preconizado pelo Instituto de Análises Forenses do Instituto Geral de Pericias de Santa Catarina.Para avaliação do limite de detecção, a amostra padrão - sumidades floridas e folhas -foi reduzida em 1/2 sucessivamente e posteriormente testadas, até que fosse obtida a maior diluição com resposta visual ao método. O teste foi acompanhado do teste branco. Para estudo da repetibilidade, as amostras (padrão e frutos de apreensão) foram avaliadas por diferentes parâmetros. Os resultados mostraram um método linear apresentando um R2 de 0,9938. No quesito especificidade algumas plantas secas apresentaram resultado positivo para o teste de coloração, como a pata de vaca (Bauhinia forficata), unha de gato (Uncaria tomentosa), marcela (Achyrocline satureioides), espinheira santa (Maytenus ilicifolia), boldo (Peumus boldus) e abacateiro (Persea americana). O limite de detecção do método se mostrou eficaz pois a menor quantidade visível no microtubo já apresenta resultado positivo. A precisão apresentou CV menor que 5%. Desta forma é possível sugerir um método eficaz na quantificação da droga em campo, pois torna-se viável pela utilização do metanol como solvente e adequado pela sua praticidade no uso do microtubo. Os resultados da especificidade devem ser levados em conta, porém as questões de realidade encontradas nas apreensões levam a diferenciação do que pode ser droga e o que pode ser plantas comuns de uso alimentício.
Palavras-chave: Maconha. Canabis sativa. Validação.
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