ATIVIDADE ANTIMICROBIANA IN VITRO E IN VIVO FRENTE À HELICOBACTER PYLORI DE EXTRATO DAS FOLHAS DE COPAIFERA OBLONGIFOLIA MART. EX HAYNE
Resumo
A oleorresina de copaíba (Copaifera spp.) é amplamente utilizada na medicina popular e na indústria brasileira. Popularmente, é empregada para o tratamento de diversas doenças, principalmente inflamações e infecções. As folhas da planta apresentam poucos estudos científicos, e não existem correlações de uso na medicina popular. Extratos das folhas de Copaifera spp. apresentam atividades citoprotetoras gástricas, promovendo a diminuição da secreção ácida gástrica e reparando o tecido lesado. Foram investigadas as atividades citoprotetoras gástricas em modelos de úlceras crônicas induzidas por ácido acético, além de investigar a atividade antimicrobiana in vitro e in vivo contra a Helicobacter pylori, principal agente patológico na úlcera crônica. Todos os experimentos foram aprovados de acordo com o Comitê de Ética de Pesquisa em Animal (Protocolo n. 12.1.1018.53.5). Os resultados obtidos nos experimentos foram expressos em média ± erro padrão da média (E.P.M.), e analisados estatisticamente pela análise de variância com comparações múltiplas (ANOVA) e, sendo utilizado como pós-teste o método de Tukey ou Dunnet. Os resultados da triagem anti-H. pylori pelo método da concentração inibitória mínima e concentração bactericida mínima demostraram que o extrato das folhas de C. oblongifolia foi ativo na concentração de 200 μg/mL contra a bactéria H. pylori. A administração oral por 7 dias do extrato das folhas de C. oblongifolia favoreceu o processo de cicatrização, diminuindo o diâmetro da lesão quando comparado ao grupo controle, além de diminuir a espessura da mucosa gástrica, e a infiltração leucocitária no local da lesão (70,89±6,96), quando comparado com o controle ranitidina, 100 mg/kg (75,56±6,06). Observa-se também que o extrato das folhas de C. oblongifolia aumenta o número de células em proliferação na região de regeneração da úlcera, em relação ao grupo controle. Com esses dados, é possível concluir que, pelo menos em parte, a proliferação celular contribui para a cicatrização da úlcera. Estes resultados confirmam a presença de substâncias antimicrobianas, sendo que substâncias da classe dos terpenos devam ser as responsáveis por tais atividades. A inoculação de H. pylori retarda a cicatrização de úlceras gástricas, possivelmente por redução das secreções de gastrina e pepsina gástricas seguida de aumento na gastrina plasmática e queda no conteúdo de somatostatina luminal, contribuindo para alterações no fluxo sanguíneo gástrico e mudanças histopatológicas como edema ou congestão da superfície epitelial, infiltração inflamatória e aumento dos níveis de IL-1β e IL-12. Pode-se notar um aumento do diâmetro da lesão, sendo o teste de urease é positivo apenas no grupo controle. Apesar de a oleorresina ser amplamente estudada, em especial a oleorresina de C. langsdorffii e C. multijuga, outras espécies necessitam de maiores estudos na determinação de seu perfil fitoquímico e atividades farmacológicas, principalmente a constituição química das folhas de C. oblongifolia.
Palavras-chave: Copaifera spp. Copaíba. Úlceras gástricas. Gastroproteção. Helicobacter pylori.
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