ATIVIDADE ANTIMICROBIANA IN VITRO E IN VIVO FRENTE À HELICOBACTER PYLORI DE EXTRATO DAS FOLHAS DE COPAIFERA OBLONGIFOLIA MART. EX HAYNE

Autores

  • Marivane Lemos Universidade Alto Vale do Rio do Peixe - UNIARP, Caçador, SC
  • Jonas Joaquim Mangabeira da Silva
  • Cristiane Teixeira Vilhena Bernardes
  • Mariza Abreu Miranda
  • Hervé Louis Ghislain Rogez
  • Rodrigo Cássio Sola Veneziani
  • Sérgio Ricardo Ambrósio
  • Sérgio Faloni de Andrade
  • Astrid Sasse
  • Helen Sheridan
  • Jairo Kenupp Bastos

Resumo

A oleorresina de copaíba (Copaifera spp.) é amplamente utilizada na medicina popular e na indústria brasileira. Popularmente, é empregada para o tratamento de diversas doenças, principalmente inflamações e infecções. As folhas da planta apresentam poucos estudos científicos, e não existem correlações de uso na medicina popular. Extratos das folhas de Copaifera spp. apresentam atividades citoprotetoras gástricas, promovendo a diminuição da secreção ácida gástrica e reparando o tecido lesado. Foram investigadas as atividades citoprotetoras gástricas em modelos de úlceras crônicas induzidas por ácido acético, além de investigar a atividade antimicrobiana in vitro e in vivo contra a Helicobacter pylori, principal agente patológico na úlcera crônica. Todos os experimentos foram aprovados de acordo com o Comitê de Ética de Pesquisa em Animal (Protocolo n. 12.1.1018.53.5).  Os resultados obtidos nos experimentos foram expressos em média ± erro padrão da média (E.P.M.), e analisados estatisticamente pela análise de variância com comparações múltiplas (ANOVA) e, sendo utilizado como pós-teste o método de Tukey ou Dunnet. Os resultados da triagem anti-H. pylori pelo método da concentração inibitória mínima e concentração bactericida mínima demostraram que o extrato das folhas de C. oblongifolia foi ativo na concentração de 200 μg/mL contra a bactéria H. pylori. A administração oral por 7 dias do extrato das folhas de C. oblongifolia favoreceu o processo de cicatrização, diminuindo o diâmetro da lesão quando comparado ao grupo controle, além de diminuir a espessura da mucosa gástrica, e a infiltração leucocitária no local da lesão (70,89±6,96), quando comparado com o controle ranitidina, 100 mg/kg (75,56±6,06). Observa-se também que o extrato das folhas de C. oblongifolia aumenta o número de células em proliferação na região de regeneração da úlcera, em relação ao grupo controle. Com esses dados, é possível concluir que, pelo menos em parte, a proliferação celular contribui para a cicatrização da úlcera. Estes resultados confirmam a presença de substâncias antimicrobianas, sendo que substâncias da classe dos terpenos devam ser as responsáveis por tais atividades. A inoculação de H. pylori retarda a cicatrização de úlceras gástricas, possivelmente por redução das secreções de gastrina e pepsina gástricas seguida de aumento na gastrina plasmática e queda no conteúdo de somatostatina luminal, contribuindo para alterações no fluxo sanguíneo gástrico e mudanças histopatológicas como edema ou congestão da superfície epitelial, infiltração inflamatória e aumento dos níveis de IL-1β e IL-12. Pode-se notar um aumento do diâmetro da lesão, sendo o teste de urease é positivo apenas no grupo controle. Apesar de a oleorresina ser amplamente estudada, em especial a oleorresina de C. langsdorffii e C. multijuga, outras espécies necessitam de maiores estudos na determinação de seu perfil fitoquímico e atividades farmacológicas, principalmente a constituição química das folhas de C. oblongifolia.

 

Palavras-chave: Copaifera spp. Copaíba. Úlceras gástricas. Gastroproteção. Helicobacter pylori.

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Publicado

2019-05-01

Como Citar

LEMOS, M.; SILVA, J. J. M. da; BERNARDES, C. T. V.; MIRANDA, M. A.; ROGEZ, H. L. G.; VENEZIANI, R. C. S.; AMBRÓSIO, S. R.; ANDRADE, S. F. de; SASSE, A.; SHERIDAN, H.; BASTOS, J. K. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA IN VITRO E IN VIVO FRENTE À HELICOBACTER PYLORI DE EXTRATO DAS FOLHAS DE COPAIFERA OBLONGIFOLIA MART. EX HAYNE. Extensão em Foco (ISSN: 2317-9791), [S. l.], v. 6, n. 1, 2019. Disponível em: https://periodicos.uniarp.edu.br/index.php/extensao/article/view/1981. Acesso em: 28 dez. 2024.

Edição

Seção

Resumos do Ciclo de Estudos em Farmácia 2018