INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS POTENCIAIS EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ADULTO

Autores

  • Vanessa Adelina Casali Bandeira Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul http://orcid.org/0000-0002-6888-1532
  • Aline Schneider Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
  • Christiane de Fátima Colet Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.33362/ries.v12i1.1883

Palavras-chave:

Interações Medicamentosas, Psicotrópicos, Serviços de Saúde Mental.

Resumo

No campo da saúde mental, os psicofármacos instituíram-se como o recurso terapêutico mais utilizado para tratar os sintomas, no entanto, um elevado número de interações medicamentosas são identificadas quando se associam fármacos que atuam no sistema nervoso como antipsicóticos, antidepressivos, anticonvulsivantes, ansiolíticos e estabilizadores do humor. O objetivo desta pesquisa foi avaliar potenciais interações medicamentosas entre os usuários do Centro de Atenção Psicossocial adulto de um município do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Trata-se de um estudo epidemiológico, com delineamento transversal e analítico, realizado com os usuários com cadastro ativo no Centro de Atenção Psicossocial II do município. As informações foram acessadas por meio dos prontuários e as potenciais interações medicamentosas identificadas na base de dados Micromedex. Foram incluídos no estudo 448 usuários, entre eles 99,3% faziam uso de medicamentos, dos quais a maioria (82,4%) estava exposto a pelo menos uma interação medicamentosa potencial. No total, foram identificadas 1.125 interações, com média de 2,52±2,26 interações/usuário. Das interações 2,1% foram classificadas como contraindicadas, 71,6% maior, 22,8% moderadas e 3,4% menores. Identificou-se associação entre interação medicamentosa e as variáveis polifarmácia e internação hospitalar anterior. Evidencia-se elevado número de potenciais interações medicamentosas entre os usuários avaliados, o que destaca a necessidade de se instituir estratégias que diminuam os prejuízos à saúde devido a essas interações. Nesse contexto, a a intervenção farmacêutica é fundamental para o monitoramento do tratamento com psicofármacos e redução dos riscos potenciais relacionadas a farmacoterapia.

Biografia do Autor

Vanessa Adelina Casali Bandeira, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Farmacêutica, Mestre, Docente do departamento de Ciências da Vida da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Aline Schneider, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Farmacêutica, discente do Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul em associação ampla com a Universidade de Cruz Alta

Christiane de Fátima Colet, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Farmacêutica, Doutora, Docente do departamento de Ciências da Vida da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

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Publicado

2024-04-12

Como Citar

Bandeira, V. A. C., Schneider, A., & Colet, C. de F. (2024). INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS POTENCIAIS EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ADULTO. Revista Interdisciplinar De Estudos Em Saúde, 12(1), 1–10. https://doi.org/10.33362/ries.v12i1.1883

Edição

Seção

Estudos Interdisciplinares em Saúde