CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA VENTILAÇÃO MECÂNICA: Percepções, atribuições e conhecimento dos profissionais Enfermeiros que atuam em unidades de terapia intensiva no Meio Oeste e Oeste de Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.33362/ries.v8i1.1447Palavras-chave:
Ventilação mecânica, Enfermagem. Unidades de Terapia Intensiva.Resumo
Introdução: A ventilação mecânica (VM) é amplamente utilizada no tratamento de pacientes internados nas unidades de terapia intensiva (UTIs), e requer a atuação multiprofissional, com conhecimento desta ferramenta, para estabelecer rotinas e protocolos. Este estudo visou identificar a percepção dos enfermeiros que trabalham em UTI em relação ao seu papel nos cuidados da ventilação mecânica, as funções que realizam e os conhecimentos técnicos que possuem em relação ao tema. Métodos: Participaram desta pesquisa 25 enfermeiros assistenciais que atuam em unidades de terapia intensiva em hospitais do Meio Oeste e Oeste de Santa Catarina. Foi realizada a aplicação de questionário estruturado, para avaliar o perfil sociodemográfico e profissional, a percepção do papel do enfermeiro e seu conhecimento em relação à ventilação mecânica. Resultados: A idade média dos profissionais avaliados foi de 30,8 anos, variando de 23 a 43 anos, o tempo médio de conclusão da graduação é de 4,2 anos e o tempo médio de atuação em UTI é de 2 anos, sendo 32% especialistas em terapia intensiva. Em relação à função do enfermeiro na VM as respostas mais frequentes foram a de detectar problemas e montagem e teste do ventilador mecânico. Sobre os dados de ventilação mecânica estarem contemplados na evolução de enfermagem, 68% responderam que estão de forma parcial, enquanto 32% responderam que estão de forma completa. Quanto aos modos ventilatórios, 88% responderam que possuem conhecimento satisfatório; sobre a diferença entre as modalidades ventilatórias (PCV, VCV, SIMV e PSV), 72% responderam ter conhecimento, e 60% respondeu possuir conhecimento satisfatório sobre disparo e ciclagem. Em relação à PEEP, 96% responderam possuir conhecimento satisfatório e em relação ao ajuste de alarmes, essa resposta foi considerada satisfatória para 64% dos profissionais. Quando correlacionamos o tempo de experiência na UTI dos profissionais com o conhecimento que relatam possuir de VM, observamos que aqueles que trabalham por mais de 2 anos em UTI afirmam saber mais sobre os modos ventilatórios, disparo e ciclagem e ajustes de alarmes. No entanto, o fato de ter especialização na área não melhorou o conhecimento auto referido de VM pelos profissionais avaliados. Conclusão: Estes resultados reforçam a importância da formação e atualização nos cuidados em ventilação mecânica de todos os profissionais que atuam em terapia intensiva. Além disso, mais estudos são necessários para um melhor entendimento do conhecimento do profissional enfermeiro no tema.
Palavras-chave: Ventilação mecânica; Enfermagem. Unidades de Terapia Intensiva.
NURSING CARE IN MECHANICAL VENTILATION: PERCEPTIONS, ATTRIBUTIONS AND KNOWLEDGE OF NURSING PROFESSIONALS WHO WORK IN INTENSIVE CARE UNITS IN THE MIDWEST AND WEST OF SANTA CATARINA STATE
ABSTRACT: Background: Mechanical ventilation (MV) is widely used in the treatment of patients admitted to intensive care units (ICUs), and requires multi-professional work, with knowledge of this tool, to establish routines and protocols. This study aimed to identify the perception of nurses working in ICU in relation to their role in the care of mechanical ventilation, the functions they perform and the technical knowledge they possess in relation to the topic. Methods: Twenty-five nursing assistants who work in intensive care units in hospitals in the Midwest and West of Santa Catarina participated in this study. A structured questionnaire was applied to assess the sociodemographic and professional profile, the perception of the role of the nurse and his knowledge regarding mechanical ventilation. Results: The average age of the professionals evaluated was 30.8 years, ranging from 23 to 43 years, the average graduation time is 4.2 years and the average time working in ICU is 2 years, being 32% specialists in intensive care. Regarding the role of the nurse in the MV, the most frequent responses were to detect problems and assembly and test of the mechanical ventilator. Regarding mechanical ventilation data been contemplated in the nursing records, 68% answered that they are partially, while 32% answered that they are in complete form. Regarding ventilatory modes, 88% answered that they have satisfactory knowledge; on the difference between ventilatory modalities (PCV, VCV, SIMV and PSV), 72% answered that they had knowledge, and 60% answered that they had satisfactory knowledge about trigger and cycling. In relation to PEEP, 96% responded to have satisfactory knowledge and in relation to the adjustment of alarms, this answer was considered satisfactory for 64% of the professionals. When we correlate the time of experience in the ICU of professionals with the knowledge that they report having on MV, we observed that those who work for more than 2 years in ICU claim to know more about ventilator modes, trigger and cycling, and alarm settings. However, the fact of having specialization in the area did not improve the self-reported knowledge of MV by the evaluated professionals. Conclusion: These results reinforce the importance of training and updating in mechanical ventilation care of all professionals working in intensive care. In addition, more studies are needed to better understand the nurse practitioner's knowledge of the subject.
Keywords: Mechanical ventilation; Nursing. Intensive Care Units.
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