O GENOGRAMA E O ECOMAPA COMO INSTRUMENTOS PARA COMPREENDER A REDE FAMILIAR DE UMA PESSOA COM TRANSTORNO MENTAL: UM ESTUDO DE CASO

Autores

  • Rayline Roseno Machado Universidade de Rio Verde (FESURV)
  • Elton Brás Camargo Júnior Universidade de Rio Verde (FESURV)
  • Jadson Justi Universidade de Rio Verde (FESURV)

DOI:

https://doi.org/10.33362/ries.v4i2.725

Palavras-chave:

Ecomapa. Genograma. Transtorno mental.

Resumo

RESUMO: A Atenção Básica é uma das portas de entrada para que a demanda da Saúde Mental tenha acesso aos serviços de saúde. Por isso se faz necessária a utilização de instrumentos que permitam conhecer aspectos relevantes que envolvam a pessoa portadora de transtorno mental, tais como as relações com o meio e os vínculos familiares, pois sabe-se que a família participa ativamente como unidade mantenedora do quadro de saúde psíquica do ente. Nesse processo surge o genograma, uma estrutura que representa graficamente a árvore genealógica familiar, e o ecomapa, instrumento utilizado para verificar os tipos de vínculos estabelecidos com a rede familiar e social. O objetivo deste estudo foi compreender a rede familiar de uma pessoa com transtorno mental acompanhada pela equipe da Estratégia Saúde da Família. Metodologicamente esta pesquisa é caracterizada como um estudo de caso, com abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada por intermédio de entrevista, seguindo roteiro semiestruturado. Pela análise funcional do genograma, é possível identificar a existência de vários fatores que podem ter sido determinantes para o desencadeamento da depressão e da dependência química, gerando um comprometimento das relações estabelecidas, então observadas por intermédio do ecomapa. O transtorno depressivo é um estado patológico que preocupa à saúde pública. Capacitar profissionais quanto ao uso de instrumentos capazes de compactar a grande quantidade de informações obtidas pode facilitar a compreensão do meio em que o indivíduo vive, identificando as falhas e traçando planos de tratamento às pessoas com sofrimento psíquico.

Palavras-chave: Ecomapa. Genograma. Transtorno mental.

 

Genogram and ecomap as tools for understanding the family network of a person with mental disorder: a case study

ABSTRACT: Primary health care is one of the gateways for people with mental health disorders to gain access to health care services. Therefore, there is need to use tools to investigate the relevant aspects involving a person with mental illness. Such aspects include the patients' relations with the environment and their family ties, because the family plays an active role in the mental health of individuals. In this process, a genogram consists of a graphic display showing person's family relationships and medical history, and an ecomap consists of a tool used to investigate the types of bonds established with the family and social network. The objective of the present study was to understand the family network of a person with mental disorder being treated by the Family Health Strategy team. This is a case study with a qualitative approach. Data were collected through interviews according to a semi-structured questionnaire. Based on a functional analysis of a genogram, it is possible to identify several determinants that may trigger depression and chemical dependency, thus having a harmful effect on the relationships observed by means of an ecomap. Depression is a reason for concern in terms of public health. Health professionals should be trained in the use of tools encompassing a large amount of information in order to facilitate their understanding of the environment where individuals live. Therefore, these professionals would be able to recognize problems and design treatment plans for people with psychological distress.

Keywords: Ecomap. Genogram. Mental disorder.

Biografia do Autor

Jadson Justi, Universidade de Rio Verde (FESURV)

Possui graduação em Fonoaudiologia e em Pedagogia pela Universidade Católica Dom Bosco, especialização em Bioética pela Universidade Federal de Lavras e mestrado em Psicologia (Psicologia da Saúde) pela Universidade Católica Dom Bosco. Professor Adjunto da Universidade de Rio Verde (FESURV).

Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5: manual diagnóstico e estatístico e transtornos mentais. 5º ed. Rio de Janeiro: Artmed, 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Histórico de cobertura de saúde da família: Brasil, janeiro de 2014. Brasília, DF, 2014. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/dab/historico_cobertura_sf/historico_cobertura_sf_relatorio.php>. Acesso em: 2 jun. 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde mental. Brasília, DF: Ed. Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, nº 34). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_mental.pdf>. Acesso em: 8 jul. 2015.

CHACHAMOVICH, Eduardo et al. Quais são os recentes achados clínicos sobre a associação entre depressão e suicídio? Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 31, p. S18-S25, 2009. Suplemento. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbp/v31s1/a04v31s1.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2015.

CORREIA, Elaine Carvalho; MARTINS, Gisele Texdorf. Genograma: um instrumento de saúde mental. Revista das Faculdades Santa Cruz, Curitiba, v. 7, nº 2, p. 16-29, 2009. Disponível em: <http://www.santacruz.br/v3/revistaacademica/13/cap3.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2015.

CORREIA, Valmir Rycheta; BARROS, Sônia; COLVERO, Luciana de Almeida. Saúde mental na Atenção Básica: prática da equipe de saúde da família. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 45, nº 6, p. 1.501-1.506, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n6/v45n6a32.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2015.

DENZIN, Norman K.; LINCOLN, Yvonna S. Introdução: a disciplina e a prática da pesquisa qualitativa. In: ______. (Org.). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 15-41.

DIAS, Allana Fernanda Gonçalves; VIEIRA, Fabíola Carla. As alterações psíquicas e o laço social no etilismo: relato de um caso clínico de psicose confusional. CliniCAPS, Belo Horizonte, v. 6, nº 17, p. 1-32, 2012. Disponível em: <http://www.clinicaps.com.br/clinicaps_pdf/Rev_17/Dias,%20A.%20&%20Vieira,%20F.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2015.

FONSECA, Vera Regina J. R. M.; SILVA, Gabriela Andrade da; OTTA, Emma. Relação entre depressão pós-parto e disponibilidade emocional materna. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26, nº 4, p. 738-746, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v26n4/16.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2015.

GARCIA, Diego Librenza et al. Spirituality in psychiatric consultation: Health benefits and ethical aspects. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 35, nº 3, p. 335-336, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbp/v35n3/1516-4446-rbp-2013-35-3-335.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2015.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

JORGE, Maria Salete Bessa; SOUSA, Fernando Sérgio Pereira; FRANCO, Túlio Batista. Apoio matricial: dispositivo para resolução de casos clínicos de saúde mental na Atenção Primária à Saúde. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, DF, v. 66, nº 5, p. 738-744, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v66n5/15.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2015.

KONRADT, Caroline Elizabeth et al. Depressão pós-parto e percepção de suporte social durante a gestação. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 33, nº 2, p. 76-79, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rprs/v33n2/1355.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2015.

MARIUTTI, Mariana Gondim; FUREGATO, Antonia Regina Ferreira. Fatores protetores e de risco para depresão [sic] da mulher após o aborto. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, DF, v. 63, nº 2, p. 183-189, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v63n2/03.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2015.

MINAYO, Maria Cecília de. Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14º ed. São Paulo: Hucitec, 2014.

NOMURA, Roseli Mieko Yamamoto et al. Depressão, aspectos emocionais e sociais na vivência do aborto: comparação entre duas capitais brasileiras. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 57, nº 6, p. 644-650, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ramb/v57n6/v57n6a10.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2015.

ONOCKO-CAMPOS, Rosana Teresa et al. Avaliação de estratégias inovadoras na organização da Atenção Primária à Saúde. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 46, nº 1, p. 43-50, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v46n1/2502.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2015.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE MÉDICOS DE FAMÍLIA. Integração da saúde mental nos cuidados de saúde primários: uma perspectiva global. Geneva: WHO Press, 2008. Coordenação da versão portuguesa: Prof. Doutor José Miguel Caldas de Almeida. Disponível em: <http://www.who.int/eportuguese/publications/Integracao_saude_mental_cuidados_primarios.pdf?ua=1>. Acesso em: 14 ago. 2015.

REBELO, Luís. Genograma familiar: o bisturi do médico da família. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Lisboa, v. 23, nº 3, p. 309-317, 2007.

RUSCHI, Gustavo Enrico Cabral et al. Aspectos epidemiológicos da depressão pós-parto em amostra brasileira. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 29, nº 3, p. 274-280, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rprs/v29n3/v29n3a06.pdf>. Acesso em: 26 jul. 2015.

SANTOS, Marcelo Justus dos; KASSOUF, Ana Lúcia. Uma investigação dos determinantes socioeconômicos da depressão mental no Brasil com ênfase nos efeitos da educação. Economia Ampliada, Ribeirão Preto, v. 11, nº 1, p. 5-26, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ecoa/v11n1/01.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2015.

SILVA, Cristiane Schumann et al. Relação entre prática religiosa, uso de álcool e transtornos psiquiátricos em gestantes. Archives of Clinical Psychiatry, São Paulo, v. 37, nº 4, p. 152-156, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/v37n4/v37n4a02.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2015.

SILVA, Francisca Cláudia Sousa da et al. Depressão pós-parto em puérperas: conhecendo interações entre mãe, filho e família. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 23, nº 3, p. 411-416, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ape/v23n3/v23n3a16.pdf>. Acesso em: 4 ago. 2015.

SOUZA, Ândrea Cardoso; RIVERA, Francisco Javier Uribe. A inclusão das ações de saúde mental na Atenção Básica: ampliando possibilidades no campo da saúde mental. Tempus Actas Saúde Coletiva, Brasília, DF, v. 4, nº 1, p. 105-114, 2010. Disponível em: <http://www6.ensp.fiocruz.br/repositorio/sites/default/files/arquivos/Inclus%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2015.

SOUZA, Jacqueline de; KANTORSKI, Luciane Prado. A rede social de indivíduos sob tratamento em um CAPS ad: o ecomapa como recurso. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 43, nº 2, p. 373-383, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n2/a17v43n2.pdf>. Acesso em: 8 ago. 2015.

SOUZA, Joseane de; JERONYMO, Daniela V. Zanoti; CARVALHO, Ana Maria Pimenta. Maturidade emocional e avaliação comportamental de crianças filhas de alcoolistas. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, nº 2, p. 191-199, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pe/v10n2/v10n2a05.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2015.

WRIGHT, Lorraine M.; LEAHEY, Maureen. Enfermeiras e famílias: um guia para avaliação e intervenção na família. São Paulo: Roca, 2012.

ZAVASCHI, Maria Lucrécia Scherer et al. Associação entre trauma por perda na infância e depressão na vida adulta. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 24, nº 4, p. 189-195, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbp/v24n4/12728.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2015.

Publicado

2016-01-08

Como Citar

Machado, R. R., Camargo Júnior, E. B., & Justi, J. (2016). O GENOGRAMA E O ECOMAPA COMO INSTRUMENTOS PARA COMPREENDER A REDE FAMILIAR DE UMA PESSOA COM TRANSTORNO MENTAL: UM ESTUDO DE CASO. Revista Interdisciplinar De Estudos Em Saúde, 4(2), 154–168. https://doi.org/10.33362/ries.v4i2.725

Edição

Seção

Estudos Interdisciplinares em Saúde