ATIVIDADE FÍSICA E A DOENÇA DE ALZHEIMER

Autores

  • Jaqueline Busanello UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
  • Fabiana Ritter Antunes Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
  • Luiz Serafim de Mello Loi Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.33362/ries.v5i2.999

Palavras-chave:

Atividade Física. Doença de Alzheimer. Qualidade de Vida.

Resumo

RESUMO: A prática regular e sistematizada de atividade física está tornando-se uma eficiente estratégia para evitar a deterioração cognitiva e funcional associada à Doença de Alzheimer, a qual é progressiva, degenerativa e irreversível. O estudo teve por objetivo verificar os efeitos de um programa de atividades físicas, na melhoria das capacidades físicas, cognitivas e da qualidade de vida, com uma paciente diagnosticada com Doença de Alzheimer. Caracterizou-se como uma pesquisa descritiva exploratória e estudo de caso. A coleta de dados deu-se por avaliações pré, durante e pós intervenção, em um ciclo de três meses, com média de nove intervenções de atividades físicas por mês, num total de vinte e sete sessões de 60 minutos cada. Os instrumentos utilizados foram: para avaliação cognitiva, o questionário Mini-exame do Estado Mental (MEEM) e o Teste do Relógio; para avaliação das capacidades motoras, a Escala de Equilíbrio Funcional de Berg (EEFB) e o teste Timed Up-and-Go (TUG), tempo (TUGs) e passos (TUGp); para teste da agilidade e do equilíbrio dinâmico, a Escala de Agilidade e Equilíbrio Dinâmico da AAHPERD (AGILEQ) e ainda um questionário com questões abertas aplicado à equipe multiprofissional para verificar a situação física e psicossocial da paciente. A partir da intervenção, os resultados mostraram manutenção e melhora do equilíbrio, velocidade, agilidade, destreza, coordenação motora e funções cognitivas, possibilitando assim uma melhora na qualidade de vida da paciente. Concluímos, que a atividade física pode representar uma importante abordagem não-farmacológica no sentido de contribuir para reduzir a taxa de declínio físico e cognitivo à progressão da doença, além disso, pode elevar e manter os níveis de saúde.

Palavras-chave: Atividade Física. Doença de Alzheimer. Qualidade de Vida.

 

ABSTRACT: The regular and systematic physical activity practice is becoming an efficient strategy to avoid cognitive and functional deterioration associated with Alzheimer's disease, which is progressive, degenerative and irreversible. The study had as aim to verify the effects of a physical activity program, in the improvement of the physical, cognitive and life quality, with a diagnosed patient with Alzheimer's disease. It was characterized as a descriptive exploratory research and case study. Data collection occurred by ratings before, during and after the intervention, in a cycle of three months, with an average of nine interventions of physical activity per month, in a total of twenty-seven sessions of 60 minutes each. The instruments used were: for cognitive evaluation, the Mental State mini-examination questionnaire (MSME) and the Clock Test; for evaluation of the motor skills, Berg’s Functional Balance Scale (BBS) and the test Timed Up-and-Go (TUG), time (Tugs) and steps (TUGp); for the agility and dynamic balance test, the Agility and Dynamic Balance Scale of AAHPERD (AGIBAL) and also a questionnaire with open questions applied to the multi-professional team to verify the physical and psychosocial situation of the patient. From the intervention, the results has shown maintenance and improvement of balance, speed, agility, dexterity, coordination and cognitive functions, thus possibiliting an improvement in the life quality of the patient. Concluding, physical activity may represent an important non-pharmacological approach to help reduce the rate of physical and cognitive decline to the disease progression, besides, it can raise and maintain health levels.

Keywords: Physical Activity. Alzheimer's disease. Life quality.

Biografia do Autor

Jaqueline Busanello, UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

A prática regular e sistematizada de atividade física está tornando-se uma eficiente estratégia para evitar a deterioração cognitiva e funcional associada à Doença de Alzheimer, a qual é progressiva, degenerativa e irreversível. O estudo teve por objetivo verificar os efeitos de um programa de atividades físicas, na melhoria das capacidades físicas, cognitivas e da qualidade de vida, com uma paciente diagnosticada com Doença de Alzheimer. Caracterizou-se como uma pesquisa descritiva exploratória e estudo de caso. A coleta de dados deu-se por avaliações pré, durante e pós intervenção, em um ciclo de três meses, com média de nove intervenções de atividades físicas por mês, num total de vinte e sete sessões de 60 minutos cada. Os instrumentos utilizados foram: para avaliação cognitiva, o questionário Mini-exame do Estado Mental (MEEM) e o Teste do Relógio; para avaliação das capacidades motoras, a Escala de Equilíbrio Funcional de Berg (EEFB) e o teste Timed Up-and-Go (TUG), tempo (TUGs) e passos (TUGp); para teste da agilidade e do equilíbrio dinâmico, a Escala de Agilidade e Equilíbrio Dinâmico da AAHPERD (AGILEQ) e ainda um questionário com questões abertas aplicado à equipe multiprofissional para verificar a situação física e psicossocial da paciente. A partir da intervenção, os resultados mostraram manutenção e melhora do equilíbrio, velocidade, agilidade, destreza, coordenação motora e funções cognitivas, possibilitando assim uma melhora na qualidade de vida da paciente. Concluindo-se, que a atividade física pode representar uma importante abordagem não-farmacológica no sentido de contribuir para reduzir a taxa de declínio físico e cognitivo à progressão da doença, além disso, pode elevar e manter os níveis de saúde.

 

Palavras-chave: Atividade Física. Doença de Alzheimer. Qualidade de Vida.

Luiz Serafim de Mello Loi, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Professor, Departamento de Humanidades e Educação

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Publicado

2017-06-29

Como Citar

Busanello, J., Antunes, F. R., & Loi, L. S. de M. (2017). ATIVIDADE FÍSICA E A DOENÇA DE ALZHEIMER. Revista Interdisciplinar De Estudos Em Saúde, 5(2), 68–78. https://doi.org/10.33362/ries.v5i2.999

Edição

Seção

Estudos Interdisciplinares em Saúde