PERFIL DE INTOXICAÇÕES POR AGROTÓXICOS EM SANTA CATARINA NO PERÍODO DE 2007 A 2017
DOI:
https://doi.org/10.33362/ries.v8i2.1588Palavras-chave:
Agroquímicos, Indústria de Praguicidas, Sistemas de Informação em Saúde, Vigilância em Saúde Pública.Resumo
Os agrotóxicos estão entre os mais importantes fatores de risco à saúde da população. Este trabalho teve como objetivo caracterizar o perfil dos indivíduos contaminados por agrotóxicos no Estado de Santa Catarina no período de 2007 a 2017. O estudo foi descritivo e retrospectivo, com uso de dados sociodemográficos, características das intoxicações, números e taxas de notificações de casos nas macrorregiões do Estado e nas unidades federativas do país, disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram encontrados 2.981 casos de notificações de intoxicações por agrotóxicos no Estado de Santa Catarina, com predominância do sexo masculino (63,6%), adultos na faixa etária entre 20-59 anos (72,2%), grupo étnico branco (87%) e com baixa escolaridade (43,5%). Quanto às características da intoxicação, predominou circunstância acidental (37,5%), seguido por tentativa de suicídio (36,5%), 40,5% dos casos foram notificados como sendo provenientes do trabalho e se deu por agrotóxico de uso agrícola (73,2%). Com relação ao número de notificações segundo as macrorregiões de saúde do Estado de Santa Catarina, a do Vale do Itajaí apresentou maior ocorrência e a Serra Catarinense o menor valor, porém quando calculada a taxa de notificações este valor foi maior no Extremo Oeste e menor no Planalto Serrano. Comparando com os outros Estados brasileiros, Santa Catarina ocupa o 4º lugar no ranking nacional das intoxicações. Os resultados mostraram a necessidade de mais estudos e sugere ações diretas na atenção básica em busca de uma melhoria na qualidade de vida e saúde desta população.
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