VIVÊNCIA FAMILIAR NOS CUIDADOS DOMICILIARES EM FINAL DE VIDA E PROCESSOS DE LUTO
DOI:
https://doi.org/10.33362/ries.v4i1.329Palavras-chave:
Assistência domiciliar, terminalidade, luto, acolhimento, morte.Resumo
RESUMO: A pesquisa relatada neste artigo objetivou investigar vivências de familiares relacionados aos processos de cuidados em final de vida e de luto. Para tanto, foram entrevistados 49 familiares/cuidadores durante rotina de Acolhimento Pós-Óbito de um Serviço de Atenção Domiciliar, sendo os relatos analisados em sua frequência e conteúdos. No período de um ano, 35,55% dos pacientes faleceram no domicílio e 51,11% estavam em cuidados paliativos; 15,62% dos familiares não esperavam pelo óbito, 14% apresentaram dificuldade para elaboração do luto; 67,74% não conversaram com o paciente sobre a morte. Destacaram-se como fatores contribuintes para enfrentamento dos cuidados em final de vida e luto pela família/cuidadores: ter consciência das modificações do quadro clínico do paciente, receber apoio nas intercorrências, compreender as ações da equipe, capacitação para os cuidados, orientações sobre como proceder no momento do óbito, ter garantias do esforço para o controle do sofrimento e dor, estar seguro quanto às terapêuticas adotadas, proximidade da equipe e comunicação aberta entre família-paciente-equipe. Os familiares destacaram a importância de ter uma equipe de saúde prestando assistência neste período crítico, pois significou amparo e segurança.
Palavras-chave: Assistência domiciliar. Terminalidade. Luto. Acolhimento. Morte.
ABSTRACT: The research reported in this article aimed to investigate experiences of families related to processes of care at end of life and bereavement. For this purpose, 49 relatives were interviewed during a care after death routine in a Home Care Service and the reports analyzed in frequency and content. In one year, 35,55% of patients died at home and 51,11% were in palliative care; 15,62% of families did not expect death, and 14% had difficulty elaboration of bereavement; 67,74% did not talk to patients about death. Stood out as contributors factors to coping care and bereavement: be aware of the patient's condition changes, receive support in complications, understand the team's actions, training for care, guidance on how to proceed at the time of death, have the effort guarantees for the control of pain and suffering, to be sure of the therapies adopted, proximity to the team and open communication between family-patient-staff. Family members stressed the importance of having a health care team assisting this critical period, as meant protection and security.
Keywords: Home nursing. Hospice care. Bereavement. User embracement. Death.
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