ANÁLISE DO CONHECIMENTO TÉCNICO DE OPERADORES DO SISTEMA PRISIONAL SOBRE PESSOAS LGBTI+ PRIVADAS DE LIBERDADE
ANALYSIS OF THE TECHNICAL KNOWLEDGE OF PRISONAL SYSTEM OPERATORS ABOUT LGBTI+ PEOPLE DEPRIVED OF LIBERTY
DOI:
https://doi.org/10.33362/juridico.v12i1.3057Resumo
A complexidade de alguns temas de grande relevância social carrega consigo a inerente necessidade de estudos e discussões. A pesquisadora, que também é policial penal, tece alguns comentários sobre as minorias do sistema prisional brasileiro, tais reflexões iniciam o artigo e se estendem até a sua conclusão. O estudo imerge no contexto das prisões e seus personagens, identificando um grupo específico pertencente às minorias que compõe estes lugares, as pessoas LGBTI+. Foram coletadas informações de policiais penais, os quais laboram no ambiente prisional, que voluntariamente responderam a um questionário semiestruturado com dez perguntas, objetivando analisar o nível de conhecimento técnico desses profissionais sobre a existência e aplicabilidade de documentos normativos que regulamentam procedimentos adequados à execução penal de pessoas LGBTI+ privadas de liberdade, vinculantes à toda administração pública. Compreende-se a importância de se humanizar a dinâmica de cumprimento de pena e, para isso, é necessário que as gestões, em consonância com seu papel de diagnosticar situações de vulnerabilidade, atuem como mediadores sociais e difundam aos seus operadores informações técnicas e procedimentais já definidas, as quais são fundamentais para o desemprenho de suas funções.
PALAVRAS CHAVE: Prisão. Minorias. LGBTI+. Polícia Penal. Capacitação.
ABSTRACT
Some topics of great social relevance and also great complexity carry the inherent need of studies and discussions. The author of this research, who is additionally a criminal police officer, shares her view on the social minorities in the Brazilian prison system, those reflections go from the beginning to the conclusion of this article. The study immerses itself in the context of prisons and their characters, identifying a specific group belonging to the minorities that make up these places, LGBTI+ people. Information was collected from criminal police officers, who work in the prison environment, that voluntarily answered a semi-structured questionnaire with ten questions, aiming to analyze the level of technical knowledge of these professionals about the existence and applicability of normative documents that regulate adequate procedures for the criminal execution of crimes. LGBTI+ people deprived of their liberty, binding on the entire public administration. It is understood the importance of humanizing the dynamics of serving sentences and, for this, it is necessary that the administrations, in line with their role of diagnosing situations of vulnerability, act as social mediators and disseminate technical and procedural information to their operators already defined, which are fundamental for the performance of their functions.
Keywords: Prison. Minorities. LGBTI+. Police. Empowerment.
Downloads
Referências
BIONDI, K. (2009) “Junto e Misturado: Imanência e Transcendência do PCC. ” Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/188/2437.pdf?sequence=1 Acesso em: 25 nov. 2022.
BRAGA, A.G.M. “A Identidade do Preso e as Leis do Cárcere. ” 2008. Dissertação de Mestrado em Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Departamento Penitenciário Nacional. Nota Técnica n. 09/2020.
BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Departamento Penitenciário Nacional. Nota Técnica n. 28/2021/DIAMGE/CGCAP/DIRPP/DEPEN/MJ. Disponível em: https://www.gov.br/depen/pt-br/assuntos/noticias/nota-tecnica-do-depen- mostra-dados-sobre-populacao-lgbti-no-sistema-penitenciario-do-brasil Acesso em: 25 nov. 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais [internet]. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_g ays.pdf Acesso em: 24 nov. 2022.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADPF n. 527. Disponível em: https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1183757118/medida-cautelar-na- arguicao-de-descumprimento-de-preceito-fundamental-adpf-527-df-0073759- 7820181000000/inteiro-teor-1183757124 Acesso em: 24 nov. 2022.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Medida Cautelar na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 347. Disponível em: https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=10300665 Acesso em: 24 nov. 2022.
BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva. In:
LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2000.
CHOERI, Raul Cleber da Silva. O direito à identidade na perspectiva civil- constitucional. Rio de Janeiro: Renovar, 2010, p. 226
Congresso Nacional. Emenda Constitucional n. 104, de 4 de dezembro de 2019. Altera o inciso XIV do caput do art. 21, o § 4º do art. 32 e o art. 144 da Constituição Federal, para criar as polícias penais federal, estaduais e distrital. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc104.htm Acesso em: 25 nov. 2022.
Conselho Nacional de Justiça. Resolução n. 348 de 13/10/2020. Brasília: CNJ. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/3519 Acesso em: 25 nov. 2022.
Conselho Nacional de Justiça. Resolução n. 348 de 20/01/2021. Brasília: CNJ. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/3678 Acesso em: 25 nov. 2022.
CRAIG, H. “The Wages of Prison Overcrowding: Harmful Psychological Consequences and Dysfunctional Correctional Reactions.” Wash.U. J. L. & Pol’y 265 (2006), vol22.
DIAS, C.C.N. “Estado e PCC em meio às tramas do poder arbitrário nas prisões. ” Tempo Social - Revista de sociologia da USP. v. 23, n. 2, pg. 213- 233.
FACHIN, Luiz. O corpo do registro no registro do corpo; mudança de nome e sexo sem cirurgia de redesignação. Revista Brasileira de Direito Civil. Vol. 1, 2014.
LANDO, G. A., SOUZA, C. da F. A. de. O Direito à Autodeterminação da Identidade para além do Tradicional Binarismo de Gênero. Cadernos de Gênero e Diversidade, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/cadgendiv/article/view/32576 Acesso em: 23 nov. 2022.
LEITE, L; GESSER, V. (2017). Gestão e relações de poder no âmbito de organizações complexas. Dissertação de Mestrado Profissional em Administração da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI.
MARTINS, A.; MITUZANI, L. (2011). “Direito das minorias interpretado: o compromisso democrático do direito brasileiro”.
PRINCÍPIOS DE YOGYAKARTA. Princípios sobre a aplicação da legislação internacional de direitos humanos em relação à orientação sexual e identidade de gênero. Disponível em: http:// www.dhnet.org.br/direitos/sos/gays/principios_de_yogyakarta.pdf. Acesso em: 25 nov. 2022.
SALLA, F. (2006) “As rebeliões nas prisões: novos significados a partir da experiência brasileira. ” Sociologias, 2006 (16), p.274-307.
STAFFEN, M. R.; ARSHAKYAN, M. The legal development of the notion of human dignity in the constitutional jurisprudence. Revista Brasileira de Direito, Passo Fundo, v. 12, n. 2, p. 108-126, jul-dez. 2016..
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
WAS - Associação Mundial para a Saúde Sexual. Declaração dos Direitos Sexuais [internet]. 2014 [acesso em 15 mai 2017]. Disponível em: Disponível em: http://www.worldsexology.org/wp-content/uploads/2013/08/DSR- Portugese.pdf. Acesso em: 25 nov. 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).