Métodos autocompositivos na solução de conflitos em juizados especiais

The autocompositional methods in the conflict resolution in special courts

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33362/juridico.v14i2.3561

Resumo

Buscar novos meios para resolver problemas da vida cotidiana, que são inerentes às relações sociais, faz-se urgente, haja vista que, com o atual método heterocompositivo, persiste na estrutura pesada do Judiciário o acúmulo de demandas e morosidade processual. Assim, a pesquisa qualitativa, mediante um estudo bibliográfico e documental, almejou responder ao seguinte problema de pesquisa: quais práticas estão colaborando com a melhora nos índices de acordos homologados a partir da audiência de conciliação? Para tal, o objetivo geral desta pesquisa dialoga acerca de iniciativas bem sucedidas de métodos de autocomposição em juizado especial realizados pelo Judiciário que estimulam a homologação de acordos durante a audiência de conciliação. Dentre as ferramentas utilizadas nesses projetos e ações apresentadas, destacam-se: cursos, formações, palestras para operadores de Direito, de forma que haja efetiva mudança de mentalidade da cultura litigiosa, bem como maior integração das partes envolvidas nos conflitos, para que haja, realmente, a possibilidade de diálogo e a convergência para a busca de uma solução satisfatória para as partes da lide.

Palavras-chave: Métodos autocompositivos. Conciliação e Mediação. Litígio. Juizado Especial. Solução de conflitos.

ABSTRACT: Searching for new ways to solve everyday life problems, which are inherent to social relations, is urgent, given that, with the current heterocompositional method, the accumulation of demands and procedural slowness persists in the structure of the Judiciary. Thus, qualitative research, through a bibliographic and documentary study, aimed to answer the following research problem: which practices are contributing to the improvement in the rates of agreements approved after the conciliation hearing? To this end, the general objective of this research discusses successful initiatives of self-composition methods in special courts carried out by the Judiciary that encourage the approval of agreements during the conciliation hearing. Among the tools used in these projects and actions presented, such as: courses, training, lectures for legal professionals, so that there is an effective change in the mentality of the litigious culture, as well as greater integration of the parties involved in conflicts, so that there is, truly, the possibility of dialogue and convergence in the search for a satisfactory solution for the parties to the dispute.

Keywords: Autocompositional methods. Conciliation and Mediation. Litigation. Special Court. Conflict resolution.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lyssa Gonçalves Costa, UFMT

Possui graduação em Letras Português/Inglês pela Universidade Federal de Mato Grosso (2011), graduação em Direito pela Universidade de Cuiab´á,  Mestre em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Tem especialização em Metodologias para Educação a Distância (Unopar). Foi Presidente da Associação de Professores de Inglês do Estado de Mato Grosso (APLIEMT), gestão 2016-2018. Tem experiência em ensino de Língua Inglesa como Segunda Língua, organização e aplicação de exames internacionais, organização de eventos educacionais e revisão de textos acadêmicos.

José Vinicius da Costa Filho, IFMT

Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT). Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco (2019), mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco (2013), especialista em Gestão Pública pelo Instituto Cuiabano de Educação (2009), graduado em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso (2009), Licenciado em Pedagogia em Educação Profissional e Tecnológica pelo IFMT (2021). Docente do Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional (ProfEPT) e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano (PPGDUrb). Membro do Grupo de Pesquisas em Ensino Profissional (GPEP) e do PRAETOR - Grupo de Estudos sobre Poder Judiciário, Política e Sociedade. Tem experiência na área de Educação, Ciência Política, Direito e Gestão Pública.

Referências

ANDRIGHI, Fátima Nancy. Conciliação no Processo Civil. Workshop sobre Mediação, Conciliação Judicial e Extrajudicial, Ordem dos Advogados do Brasil, São Paulo, nov. 2000; II Congresso Piauiense de Direito Processual, Fundação do Ensino Jurídico, Teresina, set. 2003a.

ANDRIGHI, Fátima Nancy. Formas alternativas de solução de conflitos. Brasília, DF, 2003. Disponível em: http://bdjur.stj.jus.br//dspace/handle/2011/587. Acesso em: 11/10/2022.

ANJOS, Alcione. Pauta concentrada é apontada como caminho para audiência de conciliação eficazes. TJMT, 2022. Disponível em: https://www.tjmt.jus.br/noticias/67572#.Y10oTi35STc. Acesso em: 29/10/2022.

BANDEIRA, Regina. Conciliação envolve cidadão na solução de conflitos. CNJ, 2020. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/conciliacao-envolve-cidadao-na-solucao-de-conflitos/. Acesso em: 30/10/2022.

CALMON, Petrônio. Fundamentos da mediação e da conciliação. 4. ed. Brasília: Gazeta Jurídica, 2019.

CAPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Os métodos alternativos de solução de conflitos no quadro do movimento universal de Acesso à Justiça. Revista de Processo, São Paulo, n. 74, p. 82-97, abr./jun. 1994.

CASTRO, Aldo Aranha de; FÉLIX, Ynes da Silva. Justiça e Equidade como elementos basilares para o desenvolvimento de meios adequados à concretização do acesso à justiça. Revista Cidadania e Acesso à Justiça, v. 5, n. 2, p. 95-115, jul./dez. 2019.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Justiça em números 2021. CNJ, 2021. Disponível em: https://www.ibet.com.br/wp-content/uploads/2021/10/relatorio-justica-em-numeros2021-081021.pdf. Acesso em: 07/08/2022.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Justiça em números 2022. CNJ, 2022a. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2022/09/justica-em-numeros-2022.pdf. Acesso em: 30/10/2022.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. No Acre, empresas e cidadãos interessados em conciliar podem se inscrever. CNJ, 2022b. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/no-acre-empresas-e-cidadaos-interessados-em-conciliar-podem-se-inscrever/. Acesso em: 29/10/2022.

CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL. Enunciado 24. Sugere-se que as faculdades de direito instituam disciplinas autônomas e obrigatórias e projetos de extensão destinados à mediação, à conciliação e à arbitragem, nos termos dos arts. 2°, § 1°, VIII, e 8°, ambos da Resolução CNE/CES n 9, de 29 de setembro de 2004.

I Jornada de Prevenção e Solução Extrajudicial de Litígios, n. 24, CJF, 2004.

COSTA FILHO, J.V.; CARVALHO, E. Controle democrático e independência do judiciário: os Conselhos Judiciais na América Latina. In: REBOUÇA, Gabriela M.; SOUZA JÚNIOR, José G.;CARVALHO, Ernani R. (org). Experiências Compartilhadas de acesso à Justiça: Reflexões teóricas e práticas. 1. ed. Santa Cruz do Sul: Essere nel Mondo, 2016.

COSTA FILHO, J. V.; MELLO, G. J.; KOCH, G. V.; BINDE, D. R. Revisitado a competência do CNJ: Independência, accountability e gestão judicial. Teoria & Pesquisa Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 31, n. 3, p. 69–87, 2023. DOI: 10.31068/tp.300304. Disponível em: https://www.teoriaepesquisa.ufscar.br/index.php/tp/article/view/912. Acesso em: 6 out. 2023.

GLOBAL ACCESS TO JUSTICE. Access to Justice – a new global survey. Global Access to Justice Project, 2022. Disponível em: https://globalaccesstojustice.com/thematic-overview/?lang=pt-br. Acesso em: 12/08/2022.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

LIMA, Luana de Alencar Cavalcante. Mediação, conciliação e celeridade nos processos da 2a unidade juizado especial cível e criminal de Juazeiro do Norte. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) – Centro Universitário Dr. Leão Sampaio, Juazeiro do Norte, Ceará, 2020.

MACIEL, Regia Cristina Alves de Carvalho. A conciliação judicial frente à cultura do litígio: uma análise da motivação das partes para a não realização do acordo em audiência de conciliação no CEJUSC-Natal. Carpe Diem: Revista Cultural e Científica do UNIFACEX, v. 18, n. 1, 2020.

PORTUGAL VILELA. Qual o tempo de duração de um processo judicial e vantagens da negociação. 2021. Disponível em: https://portugalvilela.com.br/tempo-medio-processo-judicial/. Acesso em: 07/08/2022.

RAMOS, Luciana de Oliveira et al. Relatório ICJBrasil, 2021. São Paulo, FGV Direito SP, 2021.

SÁ-SILVA, J. R.; ALMEIDA, C. D.; GUINDANI, J. F. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, n. 01, p. 1-15, 2009.

SADEK, M. T.. Poder Judiciário: Perspectiva de reforma. Opinião Pública. v. X, nº1, p. 01-62. ISSN 0104-6276. Campinas, mai. 2004ª.

SADEK, M. T.. Judiciário: mudança e reforma. Estudos Avançados. v. 18, n. 51: p. 79-101. ISSN 0103-4014. ago. 2004b.

TAKAHASHI, Bruno et al. Manual de mediação e conciliação na Justiça Federal. Brasília, Conselho da Justiça Federal, 2019.

TARTUCE, Fernanda. Mediação nos conflitos civis. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense / São Paulo: MÉTODO, 2021.

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1a REGIÃO. Dia Nacional da Conciliação. TRF1, 2007. Disponível em: https://portal.trf1.jus.br/data/files/1F/B4/E6/35/D1069310CF8FF593842809C2/Destaque%2043%20Concilia__o%20-%20Dia%20Nacional%20da%20Concilia__o.pdf. Acesso em: 29/10/2022.

VERÁSTEGUI, Ana Luiza Fortes; PUGLIESI, William Soares. Audiências de conciliação no juizado especial cível de Curitiba: até que ponto auxilia no princípio da celeridade? Percurso, v. 2, n. 15, 2014. Disponível em: http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/percurso/article/view/924/637. Acesso em: 12/11/2022.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 11. ed. São Paulo: Atlas. 2009.

WATANABE, Kazuo. Depoimento. Cadernos FGV Projetos – Solução de Conflitos, n. 30, p. 22-29, abril/maio 2017.

Downloads

Publicado

2025-10-28

Como Citar

GONÇALVES COSTA, Lyssa; COSTA FILHO, José Vinicius da. Métodos autocompositivos na solução de conflitos em juizados especiais: The autocompositional methods in the conflict resolution in special courts. Ponto de Vista Jurídico, Caçador (SC), Brasil, v. 14, n. 2, p. e3561-e3561, 2025. DOI: 10.33362/juridico.v14i2.3561. Disponível em: https://periodicos.uniarp.edu.br/index.php/juridico/article/view/3561. Acesso em: 5 dez. 2025.