EMPREGABILIDADE SOB A ÓTICA DOS TRABALHADORES EM TEMPOS DE PANDEMIA
EMPLOYABILITY FROM WORKERS' VIEW IN PANDEMIC TIMES
DOI:
https://doi.org/10.33362/visao.v10i2.2453Palavras-chave:
Mercado de Trabalho, Inserção Profissional, Situação Profissional, Empregabilidade, COVID19Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar a situação da empregabilidade dos trabalhadores em tempos de pandemia COVID19. A pesquisa é quantitativa e o tipo foi de levantamento (survey) e descritiva. A amostragem foi não-probabilística e por conveniência, obtendo-se 115 participantes, porém 92 válidos. Dados obtidos por meio de um questionário estruturado com uso do google formulários. Distribuído nas redes sociais, pelo método snowball, analisados estatisticamente por meio do software SPSS 22. A análise foi dividida em 4 partes, onde a primeira tratou do perfil Socioeconômico do respondente, a segunda da inserção e situação profissional dos trabalhadores, a terceira sobre as percepções sobre a organização, a inserção no mercado de trabalho e a empregabilidade, e a última e quarta parte das percepções sobre as mudanças na rotina laboral a partir do evento COVID19. Observou-se quanto ao perfil dos respondentes: maioria foram mulheres (69,6%). A faixa etária da amostragem foi equilibrada de 18 a 25 anos (30,4%), 26 a 37 anos (35,9%) e de 38 a 51 anos (30,4%). Quanto a escolaridade 71,8% tem curso superior ou mais. 66.3% são casados ou em união estável. Destes 66,3% tem moradia própria. 83,7% encontram-se trabalhando. Quanto a situação profissional e de empregabilidade dos trabalhadores, pode-se perceber que esta parcela da população se manteve estável em seus empregos e situação profissional. 78% estão satisfeitos com seu trabalho atual e 80,4% permanecem trabalhando na mesma empresa, contra 11,9% de desempregados no momento da coleta de dados. Observou-se certo equilíbrio na amostragem, obteve-se participação em torno de 30% de empresas de micro a grande porte, de todos os ramos, predominando serviços 30,4%, 62% dos respondentes trabalham em organizações privadas. Quanto a percepção sobre as mudanças laborais com o evento da pandemia, a partir das análises pode-se perceber que a maioria acredita ter autonomia para realizar suas atividades (59,8%), trabalham em organizações que tem algum sistema de progressão de carreira (46,7%), são os principais responsáveis pela sua empregabilidade e formação (46,7%). Quanto ao cargo 44,5% diz ocupar uma vaga de emprego inferior ao seu nível de qualificação, contudo 45,7% apontam que a remuneração está adequada a qualificação e esta, por sua vez é necessária para a atividade (35,9%). Notou-se que 45,6% dos respondentes não concordam com o fato da formação superior ter influenciado na progressão de carreira na empresa, porém alguns não tem certeza disso (28,3%), enquanto 26,1% concordam parcial ou totalmente com a formação ser requisito importante para a carreira. Os respondentes também não reconhecem a rede de network (54,4%) e agências intermediadoras (41,3%) como facilitadores no processo e inserção e situação profissional. Concluiu-se com o estudo que a maioria dos respondentes se encontram estáveis em seus empregos, satisfeitos, considerando que a amostra aponta para pessoas de ditas de “classe média” onde a maioria possui ensino superior ou mais e ocupam cargos de acordo com a formação. Infere-se que talvez este não seja a realidade da população, haja visto os dados brasileiros sobre a precariedade e desemprego.
Palavras-Chave: Mercado de Trabalho. Inserção Profissional. Situação profissional. Empregabilidade. COVID-19.
Abstract: The aim of this study was to analyze the employment situation of workers in times of pandemic COVID19. The research is quantitative and the type was survey and descriptive. The sampling was non-probabilistic and for convenience, obtaining 115 participants, but 92 valid. Data obtained through a structured questionnaire using google forms. Distributed on social networks, by the snowball method, statistically analyzed using the SPSS 22 software. The analysis was divided into 4 parts, where the first dealt with the respondent's Socioeconomic profile, the second with the insertion and professional situation of workers, the third with perceptions about the organization, insertion in the labor market and employability, and the last and fourth part of the perceptions about changes in work routine from the COVID event19. It was observed as to the respondents' profile: most were women (69.6%). The age range of the sample was balanced between 18 to 25 years (30.4%), 26 to 37 years (35.9%) and 38 to 51 years (30.4%). As for education, 71.8% have higher education or more. 66.3% are married or in a stable relationship. Of these, 66.3% have their own housing. 83.7% are working. As for the professional and employability situation of workers, it can be seen that this portion of the population has remained stable in their jobs and professional situation. 78% are satisfied with their current job and 80.4% remain working at the same company, against 11.9% of unemployed at the time of data collection. A certain balance was observed in the sampling, around 30% of micro and large companies, from all branches, with a predominance of services, with 30.4%, 62% of respondents working in private organizations. Regarding the perception of work changes with the pandemic event, from the analysis it can be seen that most believe they have autonomy to carry out their activities (59.8%), work in organizations that have some career progression system (46.7%), are the main responsible for their employability and training (46.7%). As for the position, 44.5% say they occupy a job vacancy below their level of qualification, however 45.7% say that the remuneration is adequate to qualification and this, in turn, is necessary for the activity (35.9%). It was noted that 45.6% of respondents do not agree with the fact that higher education has influenced their career progression in the company, however some are not sure about this (28.3%), while 26.1% partially or totally agree with training is an important career requirement. Respondents also do not recognize the network network (54.4%) and intermediary agencies (41.3%) as facilitators in the process and insertion and professional situation. It was concluded with the study that the majority of the respondents are stable in their jobs, satisfied, considering that the sample points to people of so-called “middle class” where the majority have higher education or more and occupy positions according to the training. It is inferred that perhaps this is not the reality of the population, having seen the Brazilian data on precariousness and unemployment.
Keywords: Labor market. Professional Insertion. Professional situation. Employability. COVID-19.
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